segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Nova forma de viver hoje

A industrialização produziu — com efeitos secundários — uma alteração no ritmo de vida, o enfraquecimento da herança genética, stress desnecessário, afastamento da natureza, perda de valores morais, do sentido de vida, de independência e de felicidade, assim como a exploração e destruição do meio ambiente. Os problemas ecológicos, a deterioração da saúde, a perda da tradição e dos valores e o distanciamento da natureza, provocaram profunda insegurança nas pessoas. Isso motivou o aparecimento de diversos grupos que exigem mudanças urgentes. Buscam mudanças no campo político (partidos ecológicos), na proteção do meio ambiente (Greenpeace etc.), na medicina (medicina natural) e também no campo da religião, espiritualidade ou esoterismo. Lamentavelmente, há pouco contato entre esses grupos. Alguns já adquiriram um fim em si mesmos ou travam brigas homéricas e, na realidade, sofrem pela falta de prestígio. Muitos descrevem detalhadamente aquilo que não deve ser feito ou desenvolvem teorias que eles próprios não seguem em seu estilo de vida. Outros esperam a salvação através de determinada medida (geralmente radical), cuja introdução fará desaparecer todos os problemas como manteiga ao sol. Conceitos de vida que fazem sentido supõem variedade, compreensão e paciência. Não podem limitar-se a um aspecto isolado, mas precisam considerar vários aspectos : o plano material, o físico, o mental e o espiritual; o presente e o futuro; a vida individual e a sobrevivência coletiva. Alguns exigem e esperam uma mudança externa — no campo político, social, ecológico, tecnológico ou religioso. Todas essas mudanças (desde que construtivas) são necessárias, mas só podem ser alcançadas se as próprias pessoas mudarem. Pois toda a destruição parte das atividades do ser humano. Outros procuram a mudança, principalmente, no interior do ser humano. Essa mudança interior inicial provoca mudanças externas: no meio ambiente, na sociedade, na política e na tecnologia. É uma idéia simples, prática e modesta, que pode ser realizada, apesar de todas as tendências contrárias à vida na sociedade industrial. Mudar de vida exige visão ampla, ativa, desinteressada. Entretanto, as pessoas têm, basicamente, visão míope; são acomodadas e egoístas. Exatamente por isso surgiram os problemas atuais. O enfoque que busca a mudança de vida afirma que estas qualidades podem ser superadas sem violência interna e externa — simplesmente pela renúncia. Renúncia ao desnecessário ou supérfluo, renúncia à destruição da vida e dos animais. Essa renúncia aparece na obtenção de alimentos, na prática do dia-a-dia, ao estabelecer espaços vitais, no relacionamento com os outros — tudo é realizado com amor pela natureza. Disso resulta um sentimento de satisfação, de felicidade e de liberdade — porque não importa mais a perda dos bens, do dinheiro, do status, do prestígio, do poder...Vale a pena fazer uma tentativa.
Dr. Klaus Mohr
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Fonte: Reform-Rundschau 1/91

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

"...se matardes a vossa comida, a comida morta vos matará também."

Cozinhar pode criar uma vasta quantidade de poluentes orgânicos. Num estudo publicado em ES&T (pp 99–105), uma equipe da universidade de Pekin (China) caracterizou o índice orgânico da matéria "particulate" fina de quatro restaurantes, cada um servindo um estilo diferente de cozinha. As análises extensivas permitiram que os autores identificassem os marcadores orgânicos potenciais que são específicos ao local em que se cozinha e calculassem a porcentagem da matéria orgânica "particulate"(POM) acima na atmosfera.

Thanh Wang

“Os aerossóis gerados por cozinhar podem ser uma fonte principal da poluição do ar interior e podem também ser um contribuinte importante à poluição do ar ambiental,” diz Christopher Simpson, um dos investigadores da universidade de Washington que olha "biomarkers" da exposição "particulate" da matéria. “A combustão incompleta de materiais orgânicos produz uma mistura complexa de produtos químicos; muitos são sabidos por serem irritantes, tóxicos ou carcinogênicos¹ aos seres humanos.”

Os relatórios dos Estados Unidos estimam que cozinhar carne contribue tanto quanto 20% do POM que entra na atmosfera. Embora o POM que se liberta ao cozinhar fosse examinado por décadas, principalmente nos Estados Unidos, os estudos da China eram relativamente escassos.

A composição química de partículas emissoras depende fortemente do método, da fonte do combustível, dos ingredientes, do óleo, e da temperatura a que se cozinha. Os chinêses empregam geralmente o gás natural em altas temperaturas, e todos os ingredientes são cozinhados juntos. “Os fumos do óleo do calor, junto com uma mistura complexa de ingredientes, includindo carnes e vegetais, contêm determinados compostos específicos ao processo,” diz Jim Zhang, um professor da universidade de medicina de New Jersey e da universidade de Rutgers.

Cozinhar carne provoca cerca de 40% das emissões ácidas na área de Los Angeles.

Zhang, que está em Rutgers mas não participou da pesquisa, comentou que alguns dos compostos identificados são carcinogênicos. "Os estudos identificaram associações entre a alta temperatura que frita e câncer de pulmão,” diz.
Fonte:http://www.comidaviva.com/

Nota¹: Agentes carcinogênicos são aqueles capazes de promover dano genético, como promover a instabilidade do DNA, impedir seu reparo. Os agentes carcinogênicos podem ser agrupados de acordo com sua natureza, sendo biológicos (vírus), físicos (radiação) e químicos (tabaco e álcool) principalmente. Estas substâncias atuam sobre o DNA e promovem mutações genéticas, principalmente em determinados genes, que controlam o crescimento, a diferenciação e morte programada das células.
Fonte: http://www.unb.br/fs/ccb/onco.htm

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Química e Cosmética - qual é o problema?

QUÍMICA E COSMÉTICA – qual é o problema ?

WOMEN’S ENVIRONMENTAL NETWORK – UK
(Rede Ambiental de Mulheres – Inglaterra)
Website:
www.wen.org.uk/

Veja a tradução da página 4 :http://www.wen.org.uk/general_pages/Newsitems/cosmetics%20and%20chemicals%20spread.pdf


Texto do quadro central

QUÌMICA E COSMÉTICA – qual é o problema ?

Para mulheres e, cada vez mais, para homens, cosméticos estão se tornando um assunto extremamente importante tanto em termos de saúde como ambientalmente. Mais e mais produtos chegam ao mercado e todos nos sentimos sob uma forte pressão para usá-los. Não estamos somente empurrando estes produtos químicos para dentre de nossos corpos com a finalidade de “limpar” e “realçar” nossas pele, cabelo, dentes e unhas, mas literalmente jogando milhares de substâncias potencialmente tóxicas não só em mananciais hídricos, mas na totalidade dos ambientes. Estes produtos e suas embalagens são feitos comummente com materiais originários do mundo da petroquímica com severas e volumosas implicações ambientais. Muitos são capazes de lesar os sistemas hormonal, imunológico e nervoso. Mas não vivemos só de perdição e de destruição. Podemos, sem dúvida, agir positivamente. Devemos esmiuçar os componentes destes produtos que consumimos para então exigirmos que os fabricantes removam as moléculas danosas. Podemos também pressionar os organismos governamentais para que providenciem legislações mais rijas em relação aos rótulos dos produtos. Ao mesmo tempo podemos consumir produtos mais simples e seguros além de alternativas naturais para estarmos naturalmente bonitas.
Para que possas te sentir auxiliada a tomares atitude neste tema tão complexo, aqui há a apresentação de algumas destas substâncias de risco, suas conseqüências, seus nome técnicos e comuns:

FTALATOS (nt.: phthalates, em inglês).

Encontrado em: sprays para cabelo, perfume, esmalte para unha.
Nomes técnicos: quaisquer componentes que tenham ftalato (ou phthalate) incluindo – Dibutyl phthalate (DBP) [dibutil-ftalato] e o di(2-ethylhexyl) phthalate (DEHP) [di(2-etilhexil) ftalato], e ainda butyl benzyl phthalate (BBP ou BzBP) [butil benzil ftalato].
Empregado como: plastificante para amaciar resinas plásticas, umectantes de pele e como fixador por penetrar intensamente na pele.
A pesquisa indica:
*DBP, DEHP e BBP são todos conhecidos como gerados de sérios efeitos sobre a reprodução e o desenvolvimento de animais de laboratório;
*Conectado ao desenvolvimento precoce de mamas em jovens meninas e interferência no desenvolvimento do aparelho reprodutivo de fetos machos;
*Alguns ftalatos agem como disruptores hormonais,
*Aumentam as evidências de que os ftalatos podem contribuir para as doenças de fundo alérgico. Uma pesquisa nos países nórdicos conectou-os com a asma e outros problemas de saúde.
*Os ftalatos foram banidos nos USA dos brinquedos infantis por causa do temor a respeito da fertilidade futura.

PARABENOS (nt.: parabens em inglês).

Encontrado em: produtos de toalete tais como desodorante e umectantes além de estarem presente em gêneros alimentícios como recheios para tortas, cervejas e geléias.
Nomes técnicos: Alkyl parahydroxy benzoates – butyl/methyl/ethyl/propyl/isobutyl paraben [Alquil parahidroxil benzoatos – butil/metil/etil/propil/isobutil parabeno].
Empregado como: preservativo.
A pesquisa indica:
* Os parabenos são mimetizadores estrogênicos;
* Podem penetrar na pele;
* Os efeitos da exposição diária a doses baixas aos parabenos em diferentes números de produtos, são totalmente desconhecidos.

TRICLOSAN.

Encontrado em: desodorantes,.pastas de dente, pomadas vaginais, sabão líquido, tecidos e pomadas para lábios.
Nomes técnicos: 5-chloro-2-(2,4-dichlorophenoxy)-phenol [5-cloro-2-(2,4-diclorofenoxi)-fenol]. Pode não estar listado na composição como algumas misturas de produtos comerciais.
Empregado como: bactericida, antibacterial.
A pesquisa indica:
* Níveis de triclosan foram encontrados em leite materno e em peixes;
* Dioxinas (conectadas ao câncer) são formadas quando ele é fabricado ou incinerado.

TOLUENO.

Encontrado em: laquês e esmalte de unha.
Nomes técnicos: toluol ou methylbenzene (metilbenzeno).
A pesquisa indica:
* Estudos ocupacionais demonstram que mulheres expostas provavelmente experimentem abortos espontâneos;
* Irritante dérmico e pode causar danos no fígado;
* Efeito narcotizante em altas concentrações;
* É volátil, inflamável e agride o sistema nervoso central, olhos, sangue, fígado, rins e pele.

XILENO (nt.: xylene, em inglês).

Encontrado em: laquês e esmalte de unha.
Nomes técnicos: xylol (xilol) ou dimethylbenzene (dimetilbenzeno).
A pesquisa indica:
* Irritante dérmico e do trato respiratório;
* Pode causar danos ao fígado;
* Narcotizante em altas concentrações.

FORMALDEIDO (nt.: formaldehyde, em inglês).

Utilizado como: desinfetante, germicida, fungicida, antiespumante e preservativo.
Encontrado em: desodorantes e esmalte de unha.
Nome técnico: formalin (formalina), formol (formol) e methyl aldehyde (metil aldeído).
A pesquisa indica:
* Suspeita de ser carcinogênico humano;
* Asma pode aparecer em indivíduos sensíveis;
* Irritante ocular, do trato respiratório superior e da membrana das mucosas;
* Indivíduos podem se tornar sensíveis depois de repetidas exposições;
* Pode danificar o DNA.

ALQUILFENOL ETOXILATO (nt.: alkylphenol ethoxylate, em inglês).

Utilizado como: surfactante (quebra a tensão superficial dos líquidos podendo assim gerar espuma ou penetrar em sólidos) (nt.: imita a detergência natural dos sabões naturais).
Encontrado em: xampu, tintura de cabelo, creme de barbear.
Nome técnico: nonylphenol (nonilfenol), octylphenol (octilfenol).
A pesquisa indica:
* Disruptor hormonal;
* Extremamente tóxico para peixes;
* Bio-acumulativo (podem aderir aos tecidos adiposos mais rápido do que seu processo metabólico);
* Muitos alquilfenóis estão internacionalmente listados para serem eliminados.

ACETONA.

Utilizado como: removedor de esmalte de unha, perfumes.
A pesquisa indica:
* Tóxico se ingerido;
* Irritante dos pulmões;
* Torna as unhas quebradiças;
* Inflamável.

ETIL ACETATO (nt.: ethyl acetate, em inglês).

Encontrado em: verniz de unha.
A pesquisa indica:
* Irritante ocular e do trato respiratório;
* Pode afetar o sistema nervoso central;
* Irritadiço para os olhos, nariz e garganta.

Texto do quadro da esquerda – acima.

Sabias que:
* Mais do que 300 tipos de moléculas químicas sintéticas, feitas desde 1945, foram detectadas em tecidos humanos e suas secreções como o leite materno?
É estimado de que a produção de químicos sintéticos anualmente no mundo está em 400 milhões de toneladas?
* Mais do que 1.000 moléculas químicas são sintetizadas a cada ano?
Está estimado que de 05 mil a 10 mil moléculas químicas sintéticas são perigosas das quais 150-200 são tidas como causadoras de cânceres?
* Somente 14% destes químicos produzidos em larga escala na Europa têm realmente um mínimo de pesquisas seguras?

Texto do quadro da esquerda – abaixo.

* Direito ao conhecimento, direito à escolha.
* Não devemos nos sentir constrangidas quanto à utilização de cosméticos e perfumaria. Temos sim, o direito de ter acesso à informação se o produto que estamos escolhendo para consumir é ou não seguro.
* Todos os cosméticos e perfumarias devem ser, adequada e seguramente, testados bem como corretamente rotulados.
* Substâncias sintéticas que possam gerar riscos, deverão ser banidas desta área.

Textos que acompanham a seta na parte abaixo da página.

Explicação de alguns termos:
- Sistema endócrino: glândulas como a pituitária e a tireóide que produzem hormônios, dentre outras atividades.
- Hormônios: regulam como nosso organismo cresce e funciona.
- Estrogênios (nt.: estrógeno) : hormônios sexuais femininos.
As substâncias químicas podem afetar o organismo de várias maneiras: agredindo o sistema endócrino, gerando disfunções do comportamento normal dos hormônios, afetando os sistemas nervoso e imunológico além de estimular a geração de cânceres. Um impacto em um aspecto orgânico poderá gerar disfunções noutro. Por exemplo, a mimetização de estrogênios pode gerar disfunções no comportamento hormonal e aumentar a suscetibilidade ao câncer de mama. A expressão generalizada que atualmente identifica estas substâncias e que mais nos preocupa é a de serem “disruptores hormonais” (nt.: mimetizadores hormonais).

Texto do quadro abaixo e à direita.

O quê se pode fazer?

* Providencia uma cópia deste nosso novo texto sobre cosméticos, distribui e estimula a geração de novas informações sobre este tema, planeja e efetiva campanhas locais sobre este assunto.
Usa alternativas.
* Evita produtos que contenham ingredientes com moléculas de risco.
* Escreve ao fabricante exigindo mudanças.
* Faz teus próprios produtos (nt.: existem, entre grupos de mulheres tanto do interior do RS como do Brasil e mesmo das cidades, receitas de alternativas tanto para estes produtos como para a cozinha, limpeza e higiene da casa, feitas com moléculas naturais).
* Evita a compra de produtos re-embalados.
* Evita produtos que foram testados com o sacrifício de animais de laboratório.
* Não te deixes imbecilizar pela publicidade/marketing/propaganda.

Texto do quadro à direita.

Perfumes/fragrâncias.

* Não há restrição legal quanto à quantidade e combinação de fragrâncias químicas que possam ser utilizadas em cosméticos (nt.: situação européia, não sei quanto ao Brasil).
Os ingredientes ou perfumes não precisam ser rotulados (nt.: situação européia, não sei quanto ao Brasil).
* 95% das substâncias químicas utilizadas em fragrâncias são componentes sintéticos derivados da petroquímica (nt.: situação européia, não sei quanto ao Brasil).
*As fragrâncias químicas aparecem nos rótulos como “Parfum” na Comunidade Européia ou como “Fragrance” nos USA (nt.: situação européia e norte-americana, não sei quanto ao Brasil).
*Um produto cosmético típico poderá conter entre 50-100 fragrâncias. As indústrias de beleza reclamam ser muito extensa a lista para colocarem nos rótulos.
Somente uma pequena fração destas substâncias foi testada com segurança pelas indústrias. Algumas são capazes de estimular dificuldades respiratórias, de gerar reações alérgicas como sensibilidade múltipla às substâncias químicas.

* Retirado do site: www.nossofuturoroubado.com.br
Tradução livre de Luiz Jacques Saldanha, set/2003, revisada em abril de 2005.